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'Pop 2' review: Nova mixtape de Charli XCX aponta para o futuro do pop

  • Heloise Auer
  • 8 de jan. de 2018
  • 2 min de leitura

Pop 2, a segunda mixtape de Charli XCX em 2017 chegou acompanhada de uma breve nota explicativa dirigida aos fãs “Eu estava tão perdida por um tempo sobre quem eu era… foda-se, chega de jogar o jogo”. A insinuação foi a respeito da sua primeira mixtape no ano “Number 1 Angel”, quando ela ainda estava “jogando o jogo”, tentando seguir o padrão do pop atual, mas ficando frustrada, desanimada e sem direção pelo fato de fazer todos os movimentos certos e não conseguir atingir o nível de sucesso que pretendia.

Antes de Pop 2 chegar como um antídoto para a monotonia esmagadora do pop, Charli XCX sempre permaneceu mais ou menos dentro do modelo. Seu dois álbuns apropriados, o True Romance de 2013 e o Sucker de 2014, estão repletos do tipo de músicas que você esperaria de um cantor comum, mas dessa vez a cantora decidiu correr todos os riscos possíveis e produzir uma mixtape.

Produzir um álbum significa certo grau de compromisso, por isso Charli optou por realizar seu projeto no formato de mixtape, se dando uma liberdade criativa total. Nos dias de hoje os mixtapes são movimentos bastante insignificantes no cenário musical, mas para Charli já é um formato familiar, há 5 anos a artista já postava sua primeira mixtape “Heartbreaks and Earthquakes” no soudcloud de maneira gratuita.

Outro risco foi o processamento vocal do álbum, que é diferente de qualquer coisa. A filtragem agressiva do som e a sobrecarga deliciosa de auto-tune trazem um estilo futurístico, meio robô, com momentos industriais, mas que têm o efeito paradoxal de aumentar a humanidade de tudo.

Hoje em dia a "voz natural" ainda é fetichizada pelos cantores, especialmente mulheres, então enfatizar o processamento da voz é libertador. É tudo muito artificial, e ouvir ela adotar essa artificialidade, em vez de tentar mascarar, abre novos canais de expressão em vez de fechá-los.

Além disso, Charli trouxe com ela vários artistas desconhecidos como a drag queen Pabllo Vittar, o extravagante rapper Cupcakke; a estrela pop transgênero alemã Kim Petras; e Dorian Electra, uma cantora e artista que passou sete anos em uma viagem escrevendo músicas. Mas não é apenas a lista de convidados que coloca o Pop 2 em um patamar superior, é a maneira como essas vozes são integradas, a produção muda cada vez que um novo convidado chega na cena, dando-lhes o espaço para fazer a sua própria música.

“Lucky" é a música mais triste e selvagem do mixtape, mas o melhor momento ficou guardadinho pro final com a incrível "Track 10", que é cheia de ruídos, fazendo parecer que está sendo transmitida por uma banda larga interestelar.

Charli XCX é infinitamente melhor quando liberada da interferência da gravadora. Ao escrever essas músicas ela não estava na esperança de ganhar a admiração de ninguém. Em vez disso, ela estava cantando para seu próprio prazer, fazendo o que gosta, colocando em prática suas ideias aventureiras.

Charli está aqui para provar que o pop não está morto. Só precisava de uma atualização.


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