[OPINIÃO] A comercialização do feminismo
- Heloise Auer
- 8 de mar. de 2018
- 2 min de leitura

Esta semana a Mattel lançou uma nova linha de bonecas Barbie. Personagens como Frida Khalo e Amelia Earhart fazem parte da coleção "Sheroes". Ao todo foram 17 novos modelos criados exclusivamente para comemorar o dia da mulher. E o valor para ter em casa algum desses ícones feministas é nada menos que R$ 249,99.
Aí nos surge o questionamento, porque essa supervalorização em cima de meros brinquedos?
A resposta é: feminismo vende! Cada vez mais mulheres vêm aderindo ao feminismo, cada vez mais mulheres vêm gritando aos sete ventos sua militância. Empresários logo viram aí uma oportunidade de mercado. Artigos como camisetas com palavras de sororidade, bottons, canecas e cadernos que remetem ao feminismo viraram uma febre.
E agora foi a vez da Mattel entrar nessa. Depois de anos perpetuando a imagem de uma garota padrão - magra, branca, loira - a empresa decidiu que a diversidade seria uma boa proposta de branding.
Sim, é claro que perpetuar a mensagem feminista para o mundo (com intenções comerciais ou não) é sempre uma coisa boa para o movimento. Mas nós, mulheres militantes temos que saber discernir uma coisa da outra.
Que tal investirmos menos dinheiros em camisetas e Barbies e mais grana em algum projeto de ajuda humanitária à mulheres de países sub-desenvolvidos? Que tal deixarmos as canecas e bottons de lado e doarmos uma cesta básica para aquela catadora de papelão que passa todos os dias em frente a sua casa?
A mudança começa em cada pequena ação, em cada pequena escolha! E é nosso papel não deixar que multimilionários se apossem das nossas narrativas, do nosso movimento, em busca de lucro.
Então bora repensar o que estamos consumindo, bora colocar nossa grana em lugares mais justos.
Comentários