Por que não?

Hoje eu me peguei relembrando muita coisa. Muita coisa boa. As vezes ficamos tão preocupados com o tempo que o relógio marca e acabamos não contabilizando as alegrias que vivemos. Não damos atenção a momentos que importam. Muitas vezes a gente só reclama. Do pouco. Do parco. A gente reclama de tudo. Reclama por nada. Eu me prendi esses dias no significado da palavra “agradece”. E fico grata por conseguir usa-la em mais ocasiões do que sou capaz de contabilizar. Hoje eu parei e lembrei muita coisa. De uma infância cheia de chuva e de lama. Da brincadeira de sombras na parede naquela noite em que a luz acabou e que eu me senti iluminada por dentro. Da dança mal executada no meio da sala (no meio das férias). Do primeiro passo depois da perna quebrada. Do primeiro sorriso olhando a foto de alguém que partiu e que hoje não traz só lagrima. Da conversa que surgiu durante a madrugada e me fez gargalhar. Hoje eu me peguei olhando as fotos antigas, os vídeos caseiros, tremidos. As imagens de um passado que eu posso carregar sempre comigo. Imagens que eu me pego olhando, lembrando e que acabam dando uma vontade danada de ser feliz. Então por quê não? Feliz é o que eu vou ser.